quarta-feira, 2 de março de 2011

Acção versus Reivindicação passiva

Não adianta continuar simplesmente a pedir uma mudança de «políticas» – esse é o método utilizado desde há décadas, com resultados nulos, senão mesmo negativos.

Porque não funciona a reivindicação paciente e paulatina?

Os impulsionadores do sistema de banditismo político e económico apostam precisamente no factor tempo (link para Chomsky) – todas as reformas que trouxeram as populações para o campo da miséria, da degradação humana (comparável em muitos aspectos ao século XIX), da sobre-exploração e do desastre económico foram implementadas paultinamente ao longo das últimas décadas, de tal forma que as sucessivas gerações se vão habituando a estas mudanças.

Quem hoje reivindica mudanças e melhorias da qualidade de vida, de trabalho e de economia, são gerações já habituadas aos conceitos fundamentais da precariedade no trabalho, da luta feroz (e humanamente degradante) entre pares por um posto de trabalho, da «necessidade» de consumir certos produtos «indispensáveis», da «necessidade» de regulamentar e vigiar os acontecimentos da vida diária, etc.

Estes reivindicadores involuntariamente acostumados já só podem reivindicar ou negociar migalhas. O essencial dos conceitos de dignidade humana debatidos e reivindicados ao longo de um século corre o risco de se perder de vista.

Acção imediata – único meio de contrariar a habituação

Em vez de se meterem a negociar métodos políticos, os cidadãos têm de meter-se a defender os seus interesses gerais mais evidentes.

As taxas sociais e fiscais roubam quase metade do rendimento do trabalhador médio? Pois bem, encontremos formas de ludibriar a taxação – assim fazendo ver ao Estado e à classe política que, a longo prazo, rende mais taxar de forma justa do que praticar banditismo protegido por lei.
Os empregadores procuram sustentar o negócio com base em trabalho escravo, gratuito ou miseravelmente pago? Pois bem, troquemos-lhes as voltas; ou, como medida extrema, recusemo-nos mesmo a integrar o mercado de trabalho, inventando outras formas de subsistência.

A nova polícia nacional e europeia inventa leis para matar os mercados e tradições culturais locais? Pois bem, encontremos formas de manter os tradicionais mercados, artes e costumes, passando completamente ao lado da lei.

Exemplos de acções

Cooperação e cooperativas

Venda on-line de artesanato e serviços

Mercados paralelos, mercados negros e outros

Trocas directas e bancos do tempo

Luta contra a intermediação (incluindo a do dinheiro, nalguns casos)

Cooperação informal e parcerias de consumo

  • por exemplo: partilha de ligação à Internet

Conselhos para rentabilização da economia doméstica

  • por exemplo: economia dos casais

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