Dados oficiais demonstram: Estados estão endividados porque emprestaram aos bancos; “austeridade” e ataque a direitos jamais atingirão raiz do problema.
O gráfico ao lado mostra a evolução do déficit público europeu em onze países-chaves, e na média da UE, antes e depois da crise de 2008.
Repare-se nas três barras azuis, relativas a cada país. Elas referem-se ao resultado final dos orçamentos, consideradas todas as despesas — inclusive o pagamento de juros. Observe que, até 2007 (azul grafite) apenas a Grécia registava défice (7% do PIB) acima do autorizado pelos Tratado de Maastrich (3% do PIB, marcados pela linha pontilhada vermelha), que define as políticas monetárias da UE. Todos os demais países respeitavam os limites. Quatro dos onze – Alemanha, Finlândia, Holanda e… Espanha! — chegavam a obter superávites.
Veja o que acontece após a crise, na qual os Estados transferiram biliões de euros para os bancos e demais instituições financeiras. Subitamente, o que eram défices moderados ou mesmo superávites transformam-se em défices profundos.
Não houve, nesse período, nenhuma nova política de ampliação de direitos sociais ou garantia de qualidade dos serviços públicos: ao contrário. Mas, em 2008 (azul turquesa), todos os doze países registram défices; nove estão acima do limite de Maastrich. Já em 2011 (azul escuro), todos os países terão défices além da linha de 3%. A única excepção é a Finlândia — salva por pouco, mas também deficitária…
Ao cobrarem sacrifícios das sociedades agora, governos, média e poder económico não querem eliminar a dívida. Pretendem, ao contrário, assegurar que ela continue rendendo juros, cada vez mais altos. Para enfrentar o endividamento, há, como a História e os gráficos mostram, outras soluções.
Repare-se nas três barras azuis, relativas a cada país. Elas referem-se ao resultado final dos orçamentos, consideradas todas as despesas — inclusive o pagamento de juros. Observe que, até 2007 (azul grafite) apenas a Grécia registava défice (7% do PIB) acima do autorizado pelos Tratado de Maastrich (3% do PIB, marcados pela linha pontilhada vermelha), que define as políticas monetárias da UE. Todos os demais países respeitavam os limites. Quatro dos onze – Alemanha, Finlândia, Holanda e… Espanha! — chegavam a obter superávites.
Veja o que acontece após a crise, na qual os Estados transferiram biliões de euros para os bancos e demais instituições financeiras. Subitamente, o que eram défices moderados ou mesmo superávites transformam-se em défices profundos.
Não houve, nesse período, nenhuma nova política de ampliação de direitos sociais ou garantia de qualidade dos serviços públicos: ao contrário. Mas, em 2008 (azul turquesa), todos os doze países registram défices; nove estão acima do limite de Maastrich. Já em 2011 (azul escuro), todos os países terão défices além da linha de 3%. A única excepção é a Finlândia — salva por pouco, mas também deficitária…
Ao cobrarem sacrifícios das sociedades agora, governos, média e poder económico não querem eliminar a dívida. Pretendem, ao contrário, assegurar que ela continue rendendo juros, cada vez mais altos. Para enfrentar o endividamento, há, como a História e os gráficos mostram, outras soluções.
Excertos adaptados de «Europa em crise (VI): gráficos de uma hipocrisia»,
publicado por António Martins, em 11 de Dezembro de 2011
(o gráfico provém revista Economist).
publicado por António Martins, em 11 de Dezembro de 2011
(o gráfico provém revista Economist).
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