sábado, 24 de dezembro de 2011

Abaixo a tirania


fonte: Prensa Latina

Egípcios marcham para "recuperar honra" e rechaçar repressão militar   

Cairo, 23 dez (Prensa Latina) Milhares de egípcios responderam hoje ao chamado de cerca de vinte de organizações políticas para "recuperar a honra" e exigir a renúncia da Junta Militar, responsabilizada com a morte violenta de pelo menos 16 manifestantes.

Na denominada "sexta-feira para recuperar a honra" fez convergir em três lugares do Cairo a cidadãos comuns, membros de partidos políticos e movimentos sociais opostos ao governo "pseudo-civil" que encabeça o premiê Kamal Ganzouri.

A emblemática Praça Tahrir, a mesquita Azhar, máxima autoridade do Islã sunita no mundo muçulmano, e outra ampla região central acolheram islamistas, mulheres e pessoas de diferentes credos e correntes políticas unidas pela rejeição à cúpula militar.

A marcha também reclama ao Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA) que transfira de imediato o poder às autoridades civis, adiante a data das eleições presidenciais e julgue os responsáveis pela repressão letal contra ativistas.

Segundo reportou na quinta-feira o ministro egípcio de Saúde, Adel Adawy, os confrontos da semana passada deixaram um saldo de pelo menos 16 pessoas falecidas e 928 feridas.

A Associação Nacional pela Mudança, que lidera o prêmio Nobel da Paz Mohamed ElBaradei, urgiu em um comunicado a todos os egípcios a marchar pacificamente em nome da dignidade, uma iniciativa imitada por agrupamentos de jovens que provocaram a queda de Hosni Mubarak.

Tanto no Cairo e Alexandria e outras cidades do interior uniram-se milhares de mulheres nesta semana em rejeição aos vexames sofridos por seus companheiros durante os choques de meados de mês.

"Abaixo o governo militar, os militares são mentirosos e cortaremos suas mãos", foi uma das consignas repetidas hoje à medida que enchia-se Tahrir, enquanto a capital voltou a ficar dividida com demonstrações no distrito de Abbaseyah a favor dos militares.

Os opositores em Tahrir ressaltaram o papel das mulheres na chamada revolução de 25 de janeiro, apesar de que seus direitos foram ignorados, e enfatizaram em realizar atos para repudiar "o brutal delito cometido contra as mulheres mais nobres do Egito".

Ademais, recordaram à Junta Militar que o slogan "levanta tua cabeça, és egípcio" enarbolado em janeiro passado pelo movimento juvenil "não tolerará que nenhum cidadão volte a ser insultado".

O tributo aos falecidos pela violência governamental, qualificados aqui de "mártires", contrastou com as acusações de "traidores" proferidas por simpatizantes do CSFA de Abbaseyah.

jvj/Ucl/bj

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