segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Está na altura de dizer NÃO

fonte: Agência Financeira

Grécia enfrenta troika e recusa baixar salário mínimo
Valor está nos 751 euros e troika quer baixá-lo para cerca de 450
Por Redacção PGM, 2011-12-12 16:06

O ministro grego do Trabalho, Yorgos Kutrumanis, afastou esta segunda-feira a possibilidade de descer o salário mínimo no país, como exige a troika.

O salário mínimo grego está nos 751 euros e a equipa das três entidades externas ¿ Comissão Europeia (CE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE) ¿ que inicia agora uma nova ronda de negociações em Atenas, exige que seja reduzido para cerca de 450 euros, quase o mesmo valor que é praticado em Portugal (485 euros).

Após uma reunião com o primeiro-ministro, Lukas Papademos, que prosseguiu o encontro com os representantes da troika, Kutrumanis disse aos jornalistas que a medida «está fora de qualquer discussão», cita a agência Efe.

A missão da troika em Atenas exigiu também a abolição do acordo alcançado entre patrões e sindicatos no Verão passado, que prevê respeitar o salário mínimo e ainda aumentos salariais de 1,5% em Julho de 2011 e de 1,7% em 2012,abaixo da inflação, que ronda os 3% na Grécia.

Os técnicos propõem ainda que se baixem os custos laborais com um corte drástico da participação empresarial nos fundos de pensões, o que seria compensado com um novo corte no valor das pensões para não desequilibrar os cofres da Segurança Social. Uma medida algo parecida à que tinha sido proposta para Portugal, e que passava pelo corte da taxa social única (TSU, a contribuição das empresas paga à Segurança Social), a compensar por um aumento nas receitas de IVA.

A visita da troika a Atenas deverá prolongar-se até ao final da semana e tem como objectivo rever as contas do país e a aplicação das reformas acordadas, embora já seja sabido que a Grécia está longe das metas estabelecidas. Na agenda está também a assinatura de um novo memorando de entendimento que guiará a actuação do governo grego para que o país possa continuar a receber o financiamento externo até 2020.

Uma vez assinado o acordo, discutir-se-á a nova tranche (é já a sétima) do empréstimo de 110.000 milhões de euros acordado em Maio de 2010, do qual foi já transferido pouco mais de metade.

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