segunda-feira, 25 de abril de 2011

25 de Abril outra vez


Discurso de Vasco Lourenço, capitão de Abril:

«Se em 1974, os militares de Abril aceitaram dar o monopólio da representação parlamentar aos partidos políticos, pois havia que dar-lhes condições, face ao passado da ditadura, para se implantarem na sociedade portuguesa, já era tempo de esses partidos políticos saírem do reduto que criaram e dar oportunidade a que outras organizações menos burocráticas e pesadas, nomeadamente grupos de cidadãos, possam discutir e concorrer à representação parlamentar.»

«Não tenhamos dúvidas: a corrupção, o compadrio, o lobismo corporativo e a abjecta mistura e dependência entre o poder político e o poder económico/financeiro parasitário – parasitário porque não é produtivo – não são mais do que resultados do sequestro da democracia portuguesa por aparelhos partidários fechados sobre si próprios que, sistematicamente, procuram inibir a participação política dos cidadãos e, até, dos seus próprios militantes!»

«Sabemos como o passado tem demonstrado que não é fácil convencer os detentores do poder a largá-lo e a entregarem-no à comunidade.(...) Os partidos, que são essenciais para a democracia, não vão abdicar do poder que têm! Por isso, temos de ser nós, com a nossa acção cívica, que temos de quebrar as barreiras em que eles estão entrincheirados e obrigá-los a novas formas de praticar a democracia.»

«Temos de acabar com a actual “falácia eleitoralista”. A regularidade de eleições não chega para garantir a qualidade da democracia. As outras componentes da democracia – liberdade, igualdade e responsabilização – têm de ser possíveis e praticadas. Estamos certos que alguns irão procurar, a partir da Assembleia da República eleita, legitimar a rendição nacional à ditadura dos “mercados”.»

«Para que os nossos políticos sejam capazes de recuperar para Portugal alguma capacidade de decisão, deixando de ser apenas objecto e não sujeito do processo, têm de deixar de estar subordinados ao poder económico/financeiro. Têm de voltar a prestar contas aos eleitores e não ao mercado, por quem os substituíram.»

1 comentário:

  1. Dia 15 de Maio, passa a palavra!

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