domingo, 20 de janeiro de 2013

A Democracia de Mercado


«Há que fundar, e urgentemente, o estado-empresa. Apenas assim poderão os cidadãos, proclamados consumidores, livre e democraticamente eleger (quero dizer, consumir) entre vários estados possíveis, aquele que melhor relação qualidade-preço apresentar.

Os meus queridos alunos sabem como o princípio da igualdade social colide com o da liberdade. Um estado igualitário não pode, por definição, ser um estado libertário. Os cidadãos que não possam reclamar o seu direito a escolher um aparelho estadual diferente do dos seus vizinhos, familiares ou amigos não são verdadeiramente livres. Só no interior de um sistema político concorrencial, a liberdade do eleitor-consumidor está garantida.

O mercado político deve estar em condições de oferecer a cada um dos eleitores-consumidores um leque alargado de estados-empresa. Estes, possuidores de cartões electro-magnéticos de consumo eleitoral personalizado, poderão optar pelo estado que melhor "pacote" glogal lhes ofereça. Não há que votar, que se submeter às escolhas de uma maioria de cidadãos eleitores. Basta escolher qual a configuração estatal mais adequada a cada um.

É premente, queridos alunos, que cada cidadão, individual e livremente, possa relacionar-se com o seu estado, e se possa sentir um consumidor satisfeito. Escolhido o aparelho jurídico, o sistema de serviços públicos, o programa energético e económico e o regime tributário que mais convém ao seu caso particular, cada cidadão se submeterá às condições de utilização, às restrições de garantia e beneficiará das vantagens específicas que a empresa de serviços estatais proporcionará.

O Vº IMPÉRIO

A concepção de estado é exterior à definição de nação. A sua relação de interdependência não é mútua nem necessária. Porque um estado monopolizador necessita impôr a ilusão de que a sua influência deve extender-se a toda uma nação, isso não significa que uma nação não possa relacionar-se com mais de um aparelho estadual. Para acabarmos com o estado-monopólio e o regime de dominação repressiva, seja minoritário ou maioritário, para possibilitarmos que o capitalismo libertário e concorrencial funcione sem restrições, basta que novos estados possam constituir-se e venham oferecer os seus serviços como qualquer empresa que aceita submeter-se ao jogo do mercado. Nesse dia ter-se-á instituido o Vº império.

Queridos alunos: está nas mãos da nação portuguesa abrir novos horizontes ao mundo acabando de vez com o estado autoritário e monopolista e com a política partidária.

Major Alverca
Belém, Janeiro de 1993

Um texto com 20 anos. Na altura, os visionários autores (Manuel João Ramos e Rui Zink) tinham alertado para o problema e não foram percebidos. Agora, é tarde. Já não estamos disponíveis para o resolver».

Publicado no facebook

SAT, um sindicato andaluz



SAT - Sindicato Andaluz de trabajadores/as: www.sindicatoandaluz.org

O SAT nasceu a 23 de Setembro de 2007 a ​​partir de vários sindicatos ligados ao Sindicato dso Operários do Campo (SOC). Actualmente, tem mais de 20.000 membros e organiza trabalhadores principalmente agrícolas, camponeses sem terra, o que o torna o maior sindicato rural do país. Estão bem implantados na região de Sevilha e Cádiz e capazes de realizar grandes greves sectoriais e paralizações rurais. Querem a reforma agrária e justiça social. A terra a quem a trabalha. São classificados muitas vezes como de extrema esquerda, na tentativa de os criminalizar. Mas procuram apenas para ser a voz dos sem voz, ser porta-vozes das necessidades de pessoas que sofrem a tragédia do desemprego, dos despejos e da exploração extrema.

O SAT pratica essencialmente a ocupação simbólica de terras para instaurar um braço de ferro com os proprietários. Mas ocupa também das terras de forma permanente, cultivando-as em cooperativas de camponeses, cujo produto é redistribuído de acordo com as suas necessidades. Existem já há várias décadas. Têm também ocupado instalações patronais, fábricas, estabelecimentos bancários, locais da televisão pública andaluz.

Para saber mais: