terça-feira, 31 de maio de 2011

O cansaço no Rossio

A acampada levantou arraiais, mas as assembleias - embora enfraquecidas nos últimos dias por discussões de método - continuarão.

Grécia em revolução



Grécia: Milhares de manifestantes em Atenas em solidariedade de ...

SIC Notícias - ‎29 de Mai de 2011‎
Atenas, 29 mai (Lusa) -- Milhares de atenienses concentravam-se hoje frente ao parlamento grego no quinto dia de uma mobilização contra a austeridade inspirada no movimento dos "indignados" espanhóis. Atenas, 29 mai (Lusa) -- Milhares de atenienses ...

100,000 ‘indignants’ march on Parliament in Athens

by Jérôme E. Roos on May 30, 2011

«While the international press looks the other way, unprecedented pro-democracy protests in Greece will be going into their 7th day tomorrow.
We keep repeating it, but it’s honestly unbelievable how little attention the international media are paying to something as huge as what’s happening in Spain and Greece right now.»

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Valparaizo, Chile



http://youtu.be/lfOJ6Fj6PrU

http://youtu.be/lfOJ6Fj6PrU

http://youtu.be/SPyBV_NLlM4

http://youtu.be/zS5EutB_sD4

Democracia unanimista?

A discussão que arruinou a assembleia popular de ontem.
Pode um plenário por maioria de 2/3 decidir que se passará a reger por unanimidade? Só um plenário unânime poderia decidir isso. E depois? como se ouviriam as vozes divergentes? como decidir o contrário? Este método - por muito boas intenções que tenha e ingenuidade que tem - é um método totalitário.
Que espécie de democracia se arroga de "verdadeira" e não aceita a realidade de que sempre há divergências? Como pode uma assembleia que é popular, aberta e flutuante decidir alguma coisa por unanimidade? Só se puserem fora aqueles que se opõem (ou os fizerem desistir e sair). Mas no dia seguinte os que lá estão são outros já...



As contradições do método ou como não decidir nada: "alguma unanimidade" é coisa que não existe; em contradição com o risco de se criar a "ditadura da minoria" ou o veto arbitrário...

O propósito de um assembleia popular não é encontrar receitas universais - que absurdo seria! - mas decidir, manifestar uma vontade, uma opinião, acções, resoluções, princípios que são maioritários num dado dia a uma certa hora por um certo colectivo aberto e popular - mas que não o serão noutra circunstância. As pessoas ali reunidas naquele dia àquela hora expressam maioritariamente uma certa opinião ou resolução válida para esse grupo e seus objectivos, não enquanto lei ou directiva. Uma assembleia noutro lado qualquer decide outra coisa qualquer - isso sim, é democracia. Que isso seja feito por uma maioria qualificada (2/3) parece-me adequado ao desejo de obter um consenso relativo - numa assembleia que é variável - mas consensos absolutos ou unanimidade são improváveis na espécie humana.

Um consenso é uma espécie de concordância tácita, é um pressuposto, uma disposição ou um processo de convergência de ideias - diferente de uma decisão votada unanimemente. Mas tendem a ser confundidos. O conflito que aqui se desenha é o que decorre do método espanhol (aqui explicado) que procura o consenso. Acho difícil aplicar esse método em Portugal, onde o espírito de contradição é mais que muito...



Nestas votações também tem ocorrido um grande número de abstenções - que por vezes são esquecidas - mas que devem sempre ser consideradas, pois demonstram eventualmente que a proposta em causa não interessa uma boa parte das pessoas presentes, como aconteceu ontem ao fim da noite:
El sistema de votaciones en las asambleas que se estableció supone que las propuestas se aprueban por dos tercios. Ayer fue la primera vez que los moderadores contaron las manos alzadas para una de las propuestas que se sometieron a votación. Hubo 20 votos en contra y 58 votos a favor, así que se aprobó la propuesta. Me sorprendió extraordinariamente que no contaran las abstenciones, porque allí había, a esas horas, unas 150 personas, y por tanto hubo 72 abstenciones. Dos tercios de 150 son 100, y sólo hubo 58 votos a favor y se aprobó la propuesta, de modo que se está repitiendo el mecanismo de votación que posibilita y perpetúa esta democracia ficticia en la que vivimos, donde no se tienen en cuenta las abstenciones, por lo que éstas juegan a favor del partido mayoritario

E apesar da grande abstenção, a votação foi repetida (a ver se passava?). Porém, parece que não foram 58 votos mas 48, ou a proposta teria sido aprovada: http://5dias.net/2011/05/30/m19-dia-12-metodo-da-unanimidade-novamente-derrotado-podemos-agora-continuar-a-luta/

Como é difícil a democracia! O problema é que há quem creia saber qual é a "verdadeira". (Eu tirava esse adjectivo já!). Parece que ainda há muito que reaprender...

Ver definição de consenso: http://en.wikipedia.org/wiki/Consensus; ou em francês: http://fr.wikipedia.org/wiki/Consensus (a versão brasileira é um tanto incorrecta e incompreensível).

Repressão policial em Paris



Ver Manual do manifestante abaixo:

domingo, 29 de maio de 2011

Passem no Rossio

Diferentemente daquilo que os media veiculam (timidamente e a conta-gotas), o que se passa no Rossio não é apenas um acampamento de jovens, é sobretudo um movimento de fundação de uma democracia participativa e igualitária, onde todos podem ter voz, onde todos são respeitados apesar das discordâncias. A Assembleia Popular reúne todos os dias às 19 horas e é onde as decisões são tomadas por maioria qualificada de 2/3, a partir de propostas tanto individuais como dos grupos de trabalho que na praça se juntam e onde qualquer pode participar. Todas as tardes são cerca de 500 pessoas (o dobro da assembleia da república) que aqui fazem política e decidem sobre o seu futuro.

Nunca isto aconteceu antes, mas está a acontecer em todo o mundo! Onde estavas tu no Maio de 2011?



Manual do manifestante


Perante os recentes acontecimentos na acampada Barcelona, e em Setúbal, achamos que está na hora de recuperar um velho manual de resistência civil pacífica.

Provocações isoladas e agressões pessoais – responder pacificamente

O provocador-agressor não é candidato ao diálogo; não vem com a intenção de ser esclarecido. Traz um programa preciso, claro, determinado: criar um conflito violento. Por vezes nem sequer é um opositor ideológico ou sectário, apenas alguém com tendências violentas que acordou nesse dia com vontade de «molhar a sopa».
Por isso o que temos de fazer não é contrariar o seu discurso ou programa ideológico, mas sim contrariar o seu programa de acção. O programa de acção é o problema central de toda esta questão.
  1. O nosso discurso tem de ser razoável, simples, calmo, com as palavras bem articuladas. Uma fala exaltada, atabalhoada, em que as palavras se atropelam umas às outras é gasolina para a fogueira. (Cuidado! – articular bem não é o mesmo que falar como quem se dirige a uma criança ou a um débil mental!)
  2. Tudo o que dissermos tem de ser sincero. A emoção capta melhor o sentido das coisas que a razão (pelo menos nestas situações); de modo que um discurso dito sem convicção, ou mesmo com hipocrisia ou cinismo, pode actuar como provocação, fazer o agressor sentir-se gozado, e portanto piorar a situação.
  3. Enfrentar o agressor calmamente, olhos nos olhos. O olhar frontal sereno (não desafiador, evidentemente) é o primeiro travão da agressão. Virar a cara, baixar os olhos e mostrar medo aumenta os níveis de agressão.
  4. Nada de gestos bruscos. Movimentos lentos. Sempre que possível, devemos dizer ao nosso opositor o que vamos fazer, antes de fazer.
  5. Não há que ter medo de dizer o óbvio. Devemos dizer com toda a simplicidade, em voz controlada: «Está a gritar-me aos ouvidos» ou «Está a magoar-me o braço».
  6. O agressor traz um programa de acção preciso: chegar à violência, partindo do princípio que um acto de agressão implica necessariamente uma reacção violenta (ou fuga). Uma reacção não violenta, num tom completamente diferente do que seria expectável, consegue muitas vezes cortar pela raiz um programa de violência. Desconcertar um oponente é sempre a melhor forma de o fazer perder o fio à meada.
  7. Quem for capaz de acreditar que toda a gente possui um lado decente, terá a tarefa muitíssimo facilitada. Mesmo as pessoas mais brutais possuem algures uma centelha de decência que pode ser usada para esfriar a violência.
  8. Não te deixes bloquear perante a violência física; é muito difícil, mas respira fundo, acalma-te e verás como és capaz de improvisar. Se a primeira abordagem ao diálogo não resultar, pára, observa as reacções, e tenta encontrar a abordagem adequada àquele agressor em particular.
  9. Tenta induzir o teu opositor a falar (e a ouvir-se a si mesmo). Leva-o a falar sobre o que pretende, o que acredita, o que receia. Não faz falta contra-argumentar ideologicamente; mas é necessário deixar bem claro que não estás disposto a ceder a ideias de crueldade, violência e intransigência.

Procedimento individual durante uma carga policial

A arma mais poderosa para fazer frente a uma carga policial é o grupo de companheiros. Um manifestante isolado é uma vítima potencial. A maioria das regras de acção seguintes visam defender o grupo; é essa a melhor protecção individual.
  • nunca te deixes isolar! É crucial que nunca te apanhem sozinho! – a polícia de choque é mecanicamente treinada para um certo tipo de acção; se observares com atenção o filme acima, verás que a cena típica de espancamento consiste em 2 a 4 polícias espancando uma pessoa sozinha, mesmo quando ela já está caída no chão; repara que, nos confrontos de uma massa unida de manifestantes contra uma massa de polícias, a acção típica destes não é tanto baterem a sério, mas sim tentarem puxar alguém para fora do grupo; dá o braço aos teus companheiros, agarra-te firmemente a eles; mesmo que te batam com o cassetete e sintas vontade instintiva de soltar os braços dos teus companheiros para protegeres o corpo!
  • a melhor forma de combater um ataque de granadas de gases lacrimogéneos é, em vez de fugir, atirá-las para o campo da polícia, antes que comecem a deitar muito fumo (a saída do fumo é progressiva e passados alguns segundos o fumo é tanto que não te poderás aproximar sem ser gravemente afectado) – atenção! as granadas atingem rapidamente uma temperatura elevada, por isso usa luvas ou um trapo para não queimares as mãos – é mais fácil de fazer do que parece à primeira vista
  • se optares por te manteres numa zona segura, oferece-te para guardar os pertences, os documentos de identificação, etc., dos companheiros que estejam em confronto directo com a polícia
  • nos confrontos com a polícia, existe geralmente uma fronteira para além da qual a polícia prende pessoas, e uma área onde não são feitas detenções (geralmente atrás da linha da frente policial); procura perceber onde se situa essa fronteira
  • prioridade de protecção – além das crianças, deficientes, idosos, grávidas (como é óbvio), deve-se proteger as pessoas que estão a filmar os acontecimentos e garantir-lhes uma via de fuga; se houver muita gente a filmar, os que têm menos meios de divulgação devem sacrificar-se em favor dos outros, ajudando a criar a barreira de protecção
  • prioridade de sacrifício – custa dizer isto, mas se tivermos de mandar alguém para a «cabeça do touro», os primeiros devem ser as figuras públicas, os jornalistas e os advogados – são eles que trarão os melhores ganhos no rescaldo do confronto, e os mais aptos a terem ganhos imediatos no diálogo com os comandantes da força policial
  • se alguém for preso ou espancado, tenta saber o nome dessa pessoa – faz uma lista confidencial, a ser usada mais tarde nos tribunais e nos órgãos de comunicação; toma nota das circunstâncias e detalhes da detenção; procura tomar nota das pessoas dispostas a testemunhar; usa uma câmara, se tiveres
  • em caso de detenções, procura saber (vais ter de gritar um bocado...) se as pessoas que estão a ser levadas pela polícia necessitam de algum medicamento especial ou que alguém seja contactado com urgência (familiar, médico, advogado, etc.)

Preparação pessoal para um possível confronto policial

  • roupa prática, que permita movimentos soltos, correr; pouco felpuda (roupa muito porosa ou felpuda retém os gases e pode prolongar o suplício dos lacrimogéneos durante muitas horas) 
  • lentes de contacto – representam risco acrescido; retêm os gases lacrimogéneos durante mais tempo
  • traz sempre contigo uma mochila onde tens:
    • identificação – para quê dar motivos para detenções prolongadas e desnecessárias, por falta de identificação?
    • água, muita – além de a desidratação ser nociva só por si, uma das tácticas policiais consiste em reter as pessoas por longos períodos (na rua ou na esquadra), desidratadas, esfomeadas, porque isso baixa a resistência, a clareza de ideias e o ânimo
    • comida – algumas pessoas têm de comer qualquer coisa a intervalos regulares, sob pena de se sentirem muito mal e incapazes
    • caneta e bastante papel – podes ter necessidade de tomar notas ou escrever contactos para ajudar os teus companheiros
    • uma luva grossa ou um tecido para poder agarrar as granadas de gás lacrimogéneo e atirá-las de volta ao campo da polícia
    • um lenço suficientemente grande para te proteger a cara e o nariz, em caso de necessidade; se houver um ataque de gás lacrimogéneo, molha o lenço com água e cobre a boca e o nariz 
    • capacete, se tiveres; bem como caneleiras, cotoveleiras ou qualquer outra protecção que ajude a resguardar as zonas do corpo onde a polícia é treinada para bater preferencialmente; óculos estanques de piscina ajudam a suportar o gás lacrimogéneo
    • máquinas fotográficas, câmaras de vídeo, são armas preciosas
    • uma muda de roupa para o caso de a que trazes vestida ficar encharcada; cor e formato diferente da que trazes, para evitar uma identificação fácil 
  • procura saber quem são os organizadores ou coordenadores da manifestação – podes precisar de passar informações, pedir ajuda organizada, etc.
  • tenta decorar o número de telefone da organização da manifestação, se houver um
  • se a organização elaborar uma lista de presenças e contactos, procura garantir que fazes parte da lista, incluindo indicações sobre quem deve ser contactado caso sejas gravemente agredido ou levado pela polícia

Nota sobre as tácticas policiais

A polícia de choque tem um treino muito específico. As suas tácticas são puramente militares, e é como tal que devem ser entendidas.
  • objectivos tácticos da polícia:
    • romper o ânimo da multidão, intimidar, quebrá-la em pequenas porções «manuseáveis»
    • provocar a violência, para justificar política e judicialmente a sua própria violência
    • cercar ou encurralar, para impedir vias de fuga e aumentar o controle da multidão
    • identificar e deter os dirigentes da manifestação
    • recolher provas que permitam condenar e punir as pessoas detidas
  • coreografia básica da polícia:
    o primeiro objectivo da polícia será sempre quebrar a massa de manifestantes em pequenas porções e apanhar pessoas isoladas;
    a polícia tentará provocar a dispersão por meio de pequenas cargas de bastonada, cargas a cavalo, veículos blindados, balas de borracha;
    a dança obedecerá a alguns ou todos estes passos:
    • os polícias tentarão formar uma linha de cerco
    • atacando pelo centro ou pelo lado, tentarão dividir a massa de manifestantes em dois grupos: os «actores» e os «espectadores»
    • cargas breves de cassetete para tentar baixar o moral (mas mantendo ainda a linha policial coesa)
    • altifalantes poderosos, granadas secas (só para fazerem barulho), luzes muito brilhantes se for de noite – para desorientar a multidão; ruído muito alto provoca também desorientação mental e abranda o raciocínio
    • linhas de polícia efectuam cargas sucessivas (avançam, batem, recuam, voltam ao ataque) a fim de empurrar a multidão para uma zona escolhida pelo comando

Como responder à táctica policial

  • é crucial impedir a polícia de formar uma linha da frente!!
    para cercar as pessoas, impedindo-as de irem para onde querem, empurrando-as para a rua ou a zona que lhes convém, a polícia tem imperiosamente de formar linhas – isto é fácil de realizar se a multidão ficar estática
    é da maior importância impedir que a polícia forme as suas linhas da frente!
    se a multidão for esquiva, se se mantiver em movimento mais ou menos aleatório, a polícia desistirá de formar a linha da frente, recuará e formará linhas a distância; mas se a multidão for passiva, a polícia formará linhas da frente onde quiser, se for preciso até no coração da manifestação
  • não ficar parado a olhar, na expectativa!
    manter sempre o grupo em movimento
  • sempre que se formem «buracos» na multidão, tentar preenchê-los, manter uma massa coesa em movimento
  • tentar constantemente adivinhar para onde pretende o corpo da polícia de choque dirigir-se, e chegar lá antes deles!
    ocupar o território táctico que o comando policial tinha previsto provoca-lhes grande desorientação, as linhas policiais desfazem-se, o comando precisará de reavaliar a situação, e esse tempo constitui uma trégua preciosa
  • manter sempre, à cabeça da manifestação, faixas longas, firmemente seguras (a polícia tentará destruí-las); manter as faixas em baixo, tapando o corpo e as pernas, porque elas dificultam imenso os ataques intimidatórios e as cargas de bastonada
  • tentar manter as linhas de fuga e rectaguarda livres
  • se começar a haver divisão de grupos entre «espectadores» e «actores», reintegrar os espectadores no grupo principal
Finalmente, a polícia decidir-se-á a avançar para confronto directo.
Vamos partir do princípio que conseguimos conquistar o terreno táctico que nos convém a nós e não a eles, e que as linhas de fuga ficaram seguras lá atrás.
Nesta fase, o principal é dar os braços, resistir tenazmente a que a massa de manifestantes se desfaça em migalhas.
Um manifestante isolado e caído no chão é candidato ao espancamento impiedoso. Não há forma de salvá-lo, porque a táctica policial é a de dedicar 2 ou 3 polícias ao espancamento individual, enquanto 4 ou 5 formam barreira para o exterior.

A partir daqui, começa outra linha de actuação: como lidar com as detenções, com os companheiros feridos, com os tribunais e com a comunicação social. Deixaremos esta questão para outro artigo.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Revolução democrática em Angola

Manifestação de 25 de Maio:


Manifestação 25/5 - A TPA e a RNA não devem estar ao serviço de um partido


Manifestação e acampada marcadas para 27 de Maio:

(vídeo de 8 de Abril)

Manifestação no sábado

por uma Democracia verdadeira já!


às 15 horas no S. Jorge (avenida da Liberdade), terminando no Rossio com Assembleia popular às 19 horas
http://www.facebook.com/event.php?eid=147257248679181
http://www.facebook.com/pages/Acampada-Lisboa/186997248017627?ref=ts
http://www.facebook.com/pages/Portuguese-Revolution/201017953273879
http://acampadalisboa.wordpress.com/

El país ao lado

dá mais destaque ao nosso Rossio em plena revolução popular que a cobarde imprensa nacional:

Portugal pierde a una generación
La precariedad y falta de futuro de los jóvenes acaparan la campaña electoral

No Público, hoje finalmente, uma prosa longa, mas de política nada, só fait-divers:

Yes we camp: as tendas continuam de pé no Rossio para dar voz a todos 

onde dão importância às críticas circunstanciais - “Já viu a lixeira e o mau aspecto que dão aqui ao Rossio? Dá muito má imagem" - e usam uma imagem de domingo passado, tentando minimizar o aoontecimento o mais possível:

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Dívida, que dívida?

«Evidentemente, o mais lógico seria que o BCE emprestasse a 1,25% directamente aos estados necessitados, em vez de passar pelos bancos, que assim tiram grande proveito, servindo de intermediários e entrando numa política de empréstimos cheia de riscos imoderados que os Estados acabarão por assumir por eles em caso de risco de bancarrota. Mas não basta exigir ao BCE que empreste directamente aos Estados, é preciso antes e acima de tudo conseguir a anulação da parte ilegítima da dívida pública e uma redução considerável do resto da dívida |3|. (...)
São várias as disposições dos tratados que regem a União Europeia, a zona euro e o BCE que têm de ser revogadas. Por exemplo, é preciso suprimir os artigos 63° e 125° do Tratado de Lisboa, que proíbem terminantemente o controlo do movimento de capitais e a ajuda aos Estados em dificuldade.»
Eric Toussaint em http://www.cadtm.org/As-ajudas-envenenadas-do-menu

FMI FORA DAQUI / ACÇÃO NO CRISTO REI (Almada) 24/05/2011: http://www.youtube.com/watch?v=I-Uo_bDsEPM#at=78

Acampadas de todo o mundo

Extraordinário... são hoje 676 no mundo:

http://www.thetechnoant.info/campmap/

terça-feira, 24 de maio de 2011

Acampadas

Assembleia popular de 23 de Maio:



Acampada de Lisboa:



RTP: Acampada do Porto:



Assembleia de 22 de Maio no Rossio:



Blogue: http://acampadalisboa.wordpress.com/

domingo, 15 de maio de 2011

Hoje!


Não somos mercadorias nas mãos de políticos e banqueiros.
Concentração no Marquês de Pombal às 16h, início às 17h.
Também no Porto, em Braga, em Coimbra e em Faro: https://www.facebook.com/Democracia.Verdadeira.Ja
E em várias cidades de Espanha: http://democraciarealya.es/

sábado, 14 de maio de 2011

E o Equador, pá?


A questão da dívida pública no direito constitucional equatoriano
«O Equador aprovou em 2008 uma nova Constituição que apresenta aspectos radicalmente inovadores.
A secção «Endividamento Público» reza assim:
Art.º 290 – O endividamento público ficará sujeito às seguintes regras:
1. Recorrer-se-á ao endividamento público apenas quando a receita fiscal e os recursos provenientes da cooperação internacional sejam insuficientes.
2. Velar-se-á que o endividamento público não afecte a soberania nacional, os direitos humanos e o bem-estar e preservação da natureza.
3. O endividamento público servirá exclusivamente para financiar programas e projectos de investimento de infraestruturas, ou capazes de gerarem reembolso. Só será permitido refinanciar a dívida pública externa quando as novas condições sejam mais vantajosas para o Equador.
4. Os acordos de renegociação não deverão conter nenhuma forma tácita ou expressa de anatocismo [=juros sobre juros, ou juros compostos] ou usura.
5. As dívidas declaradas ilegítimas por órgão competente serão impugnadas. Em caso de ilegalidade declarada, exercer-se-á o direito de indemnização [pelos prejuízos causados].
6. O direito de acção judicial contra actos de responsabilidade administrativa ou civil decorrentes da gestão da dívida pública nunca prescreve.
7. É interdita a "estatização" de dívidas privadas.»

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Debtocracia


«Nem a Islândia nem Portugal terão vida fácil nos próximos anos. Mas há um mundo de diferença entre a recusa do povo da Islândia a "pagar por bancos falidos", nas palavras do seu Presidente, e o sofrimento que está a ser imposto de fora a Portugal. (...)
Na Grécia, tal ira começa a transformar-se num desafio construtivo ao poder das finanças. Centenas de académicos, políticos e activistas apelaram a uma comissão de auditoria da dívida. Tal comissão abriria todas as dívidas da Grécia ao exame público – confrontando directamente o modo como o FMI e a União Europeia trabalham por trás de portas fechadas para impingir os seus muitas vezes desastrosos remédios aos países membros.
Como disseram activistas gregos: "o povo que está destinado a arcar com os custos de programas da UE tem um direito democrático de receber plena informação sobre a dívida pública. Uma Comissão de Auditoria pode começar a corrigir esta deficiência".
A resolução popular actualmente está a ser reforçada por um sítio web fenómeno – um filme viral chamado debtocracy (governo pela dívida) – que varre a população online da Grécia e convence-a de que foi trapaceada. No princípio do próximo mês activistas de toda a Europa e do mundo em desenvolvimento reunir-se-ão em Atenas para estabelecerem em conjunto um programa que desafiará as políticas do FMI na Grécia.»
http://www.cadtm.org/Mensagem-da-Islandia-a-Portugal 


Debtocracy International Version por BitsnBytes

domingo, 1 de maio de 2011

Boicote aos supermercados no 1º Maio.


O Pingo Doce e a Sonae (Modelo Continente) querem abrir os supermercados no 1º de Maio, fazendo chantagem com a fragilidade económica dos trabalhadores. E têm o desplante de invocar o "direito ao trabalho". Talvez consigam os seus intentos, mas os clientes esses é que deviam simplesmente recusar-se a comprar. Boicote já!

«Apesar da proibição que várias Câmaras Municipais lançaram contra a abertura de grandes superfícies no 1º de Maio, são vários os pontos do país que terão supermercados abertos.O Pingo Doce, é um deles, e justifica a decisão com "o direito ao trabalho", adiantando que os trabalhadores que se apresentarem ao serviço neste feriado vão receber uma remuneração de "mais de 200 por cento". (...) Na Sonae MC apenas estarão em funcionamento as unidades onde os colaboradores mostraram disponibilidade para trabalhar no dia 1 de Maio.
Para o CESP, “desrespeitar o 1º de Maio, para além de uma violência contra quem trabalha, significa também desrespeitar e desconsiderar a memória e os valores fundamentais da sociedade democrática”.
O sindicato entende que “as empresas, especialmente o Pingo Doce, que explorando as dificuldades económicas dos trabalhadores, pagam bem mais – o dobro – para romper com a tradição histórica do 25 de Abril de 1974”. O CESP, afeto à CGTP, criticou hoje a “persistência e arrogância” do grupo Jerónimo Martins ao decidir abrir as lojas “Pingo Doce” no domingo, Dia do Trabalhador

«Francisco Soares dos Santos, dono do Pingo Doce e Paulo de Azevedo, dono do Continente, são dois dos homens mais ricos do país. Pretendem retirar significado ao 1º de Maio e atacar a ligação fortíssima deste dia aos direitos de quem trabalha

«O CESP, o sindicato que representa os trabalhadores dos super e hipermercados, afirma que ''Insistem em manter-se abertos os habituais incumpridores e relapsos, muitas lojas Intermarché, Ecomarché e E-Leclerc a que se juntam as cadeias Pingo Doce e Continente MC.''

Mais aqui: http://topicos.jornaldenegocios.pt/Pingo_Doce